O nariz coça, a garganta dói, você espirra bastante e sente dores no corpo. Você já sabe que pegou um resfriado! Mas antes de correr para a Farmácia e comprar aquele comprimido que você viu na TV, leia algumas informações importantes.
A maioria dos resfriados comuns são causados pelos chamados rinovírus. Estima-se que os adultos contraiam em média 2-3 infecções e as crianças em torno de 5 anualmente (1). A doença é altamente contagiosa, sendo responsável por muitas faltas no trabalho e na escola.
A disseminação destes vírus pode ocorrer por contato das mãos, por aerossóis eliminados na tosse ou no espirro e pela contaminação de superfícies. Daí, o contato das mãos contaminadas com a boca ou olhos leva à infecção. Em geral, os sintomas atingem intensidade máxima em 1 a 3 dias e regridem em até 1 semana, no entanto, a tosse pode persistir por 2-3 semanas.
Os resfriados não causam danos sérios para a maioria das pessoas, mas podem ocorrer complicações em fumantes, pessoas com problemas no sistema de defesa ou pulmonares, como pacientes asmáticos.
Se você não quer passar por este desconforto, a melhor alternativa é buscar reduzir o risco de uma infecção. A primeira medida é lavar bem as mãos. Para os adeptos do uso de suplementos, ainda não há evidências convincentes que o uso de vitamina C e zinco sejam eficientes na prevenção ou tratamento de resfriados. Entretanto, alguns estudos sugerem que a prática de atividade física pode reduzir o risco de infecções respiratórias (2).
Para evitar a disseminação do vírus, as pessoas contaminadas devem evitar o contato com saudáveis, tapar o nariz e a boca ao tossir ou espirrar e descartar de forma eficiente as secreções nasais.
Mas qual é o tratamento para as pessoas que já estão resfriadas?
Não existe nenhum medicamento capaz de curar o resfriado. As medidas visam apenas controlar os sintomas. O uso de medicamentos têm eficácia limitada e os benefícios maiores podem ser obtidos com repouso e ingestão de líquidos. Alguns estudos que avaliaram o uso de terapias combinadas, como antialérgicos, descongestionantes e/ou analgésicos sugerem que estes medicamentos podem amenizar alguns sintomas em adultos e crianças mais velhas, contudo, deve-se considerar o risco de efeitos adversos.
Para a congestão nasal, podem ser empregados descongestionantes isoladamente (uso tópico, como a oximetazolina) ou em associações com antialérgicos por via oral, tais como, produtos contendo pseudoefedrina ou fenilefrina acompanhado de clorfeniramina, dexclorfeniramina, bromfeniramina, fexofenadina ou loratadina.
Apesar de não ser necessária a receita médica para adquirir alguns destes medicamentos, deve-se ter cautela em seu uso. Essas formulações devem ser utilizados somente com orientação, por um período limitado e algumas não devem ser utilizadas por idosos e/ou crianças. A fenilefrina e a pseudoefedrina podem causar aumento na pressão sanguínea e palpitações, enquanto os antialérgicos, como a clorfeniramina e bromfeniramina, provocam sonolência e boca seca.
Atualmente, existem no mercado diversas formulações para tratamento da tosse. Entretanto, os estudos demonstram eficácia limitada destas preparações (2).
Em casos de febre e dor, podem ser utilizados analgésicos como paracetamol, dipirona ou aspirina, sendo a última contraindicada em casos de suspeita de dengue.
O uso de antibióticos só é recomendado se houver complicações associadas ao resfriado, pois há evidências que seu uso promova a seleção de bactérias resistentes e cause danos desnecessários, além de não reduzir a duração nem a intensidade dos sintomas.
As complicações mais comuns dos resfriados são inflamação no ouvido, sinusite, exacerbação da asma e outros problemas pulmonares. Para estes casos, tratamentos adicionais são necessários.
Caso o resfriado não melhore em cerca de 10 dias ou surjam alguns dos sintomas abaixo, um médico deve ser consultado.
Sintomas que podem indicar problemas mais graves:
- dificuldade em respirar;
- diminuição da urina e vômitos;
- perda de consciência ou confusão mental;
- rigidez na nuca;
- dores de garganta por mais de 5 dias.
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Veja também: Uso abusivo de descongestionantes nasais.
Referências:
1. BestPractice. Disponível em <http://brasil.bestpractice.bmj.com/>. Acessado em 21 de julho de 2014.
2. DynaMed. Ipswich (MA): EBSCO Information Services. Disponível em <http://www.ebscohost.com/DynaMed/>. Acessado em 21 de julho de 2014.
Autora: Fernanda Lacerda da Silva Machado (Farmacêutica)
Revisão: Danielle Maria de Souza Sério dos Santos, Danielle Martins Ventura e Luisa Arueira Chaves
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