A
famosa Tensão pré-menstrual (TPM) é conhecida
de mulheres e homens. O termo representa um conjunto de
sintomas que surge cerca de 5 dias antes do início da menstruação
e dura até o 4o dia do ciclo (1).
A
TPM é mais comum em mulheres entre 25-40 anos (1). Estima-se
que entre 80-90% delas
apresentam
pelo menos um sintoma nos dias que
antecedem a
menstruação. Em
cerca
de 30% dos casos, estes
são moderados e afetam algum aspecto da rotina. Quando
os
sintomas são
mais
severos e
prejudicam
de forma marcante a qualidade de vida, é
diagnosticado o
Transtorno Disfórico Pré-menstrual (TDPM), que
ocorre em 8% das mulheres (2).
Aproximadamente
300 sintomas já foram relatados para a TPM, incluindo não só
alterações físicas como de humor e comportamentais. Mas não é
necessário apresentar
todos eles para reconhecer a TPM (3).
Os principais sintomas incluem:
- alterações físicas: dor de cabeça, inchaço nas mamas, dor pélvica (região da bacia), inchaço abdominal e nas extremidades, como pés e pernas;
- alterações afetivas: irritabilidade, desânimo, retraimento social e alterações de humor.
O diagnóstico é confirmado com a ocorrência de ao menos um sintoma afetivo e um físico durante 5 dias antes do período menstrual ao longo dos últimos 3 ciclos (4). Vale destacar que o desaparecimento dos sintomas ao final do período menstrual é condição essencial para o diagnóstico da TPM. Se persistirem ao longo de todo ciclo, podem sinalizar outros distúrbios.
Assim, se você conhece alguém que passa o mês inteiro com TPM, é provável que exista outro problema que precisa ser investigado. Por isso é importante manter um diário com os sintomas por pelo menos 2 meses para associá-los ao período do ciclo menstrual que estes surgem e desta forma confirmar que trata-se realmente da TPM.
Mas, o que causa a TPM? As causas exatas destas alterações não são claramente definidas, entretanto vários fatores tem sido propostos. Acredita-se que os sintomas sejam o resultado da interação entre os hormônios sexuais e alguns neurotransmissores (substâncias responsáveis pela comunicação no sistema nervoso) como serotonina, noradrenalina e o ácido gama-aminobutírico (GABA) (3), dos quais a serotonina parece ser o principal deles influenciando muitos dos sintomas da TPM (5). Além disso, estes hormônios interferem em sistemas que controlam os níveis de sais e líquidos.
Existem alguns fatores de risco para a TPM. Dentre estes, o histórico familiar mostra-se relevante. Cerca de 70% das filhas de mães com TPM também relatam os sintomas. Em contrapartida, apenas 35% das mulheres cujas mães não tiveram TPM são afetadas (6).
Além disso, alguns anticoncepcionais podem exacerbar o sintomas da TPM. Assim como fatores dietéticos, como por exemplo, o consumo excessivo de carboidratos (6).
Mas talvez o que a maioria gostaria de saber é: qual o tratamento? Como se livrar destes sintomas? Infelizmente, ainda não existe nenhuma pílula mágica capaz de resolver a TPM.
Antes de mais nada é preciso ressaltar que o objetivo principal do tratamento para TPM é minimizar os sintomas melhorando a qualidade de vida da paciente. Para pacientes com sintomas leves a moderados, alterações no estilo de vida devem ser adotadas antes de iniciar qualquer tratamento com medicamentos. Estas medidas incluem a prática regular de atividade física, melhora no sono, modificações na dieta (redução do consumo de cafeína, sal e álcool) e técnicas de relaxamento (1,6).
Se as medidas adotadas não apresentarem sucesso, o médico e a paciente devem avaliar os benefícios e os riscos do tratamento com medicamentos. Em geral, o tratamento é direcionado para a principal queixa, ou seja, aquela que mais interfere na rotina da paciente.
Caso as dores sejam o principal incômodo, recomenda-se o uso de analgésicos e anti-inflamatórios ou se o inchaço for o sintoma mais desagradável, podem ser empregados diuréticos. Por fim, se as alterações emocionais forem o principal problema, os medicamentos para ansiedade e alguns antidepressivos podem ser prescritos (6).
Em relação ao uso de agentes hormonais, os anticoncepcionais tem eficácia questionável para a redução dos sintomas da TPM. Estes podem tanto reduzir como aumentar os sintomas físicos mas não alteram os sintomas emocionais. Desta forma, não são considerados tratamento de primeira escolha.
Por fim, os suplementos como cálcio, magnésio, vitamina B6 e vitamina E tem sido prescritos para os quadros mais leves. Entretanto, a eficácia destes ainda não foi completamente estabelecida (1,6).
Mas a TPM não precisa ser o fim do mundo. O uso de medidas integradas, incluindo educação, comunicação, alterações no estilo de vida e medicamentos, quando são realmente necessários, conseguem aliviar os sintomas em 90 % das mulheres (6). Por isso, converse com seu médico e outros profissionais de saúde, esclareça suas dúvidas e não faça uso de medicamentos por conta própria.
Ficou com alguma dúvida nesta postagem? Envie sua dúvida através do nosso formulário.
- alterações físicas: dor de cabeça, inchaço nas mamas, dor pélvica (região da bacia), inchaço abdominal e nas extremidades, como pés e pernas;
- alterações afetivas: irritabilidade, desânimo, retraimento social e alterações de humor.
O diagnóstico é confirmado com a ocorrência de ao menos um sintoma afetivo e um físico durante 5 dias antes do período menstrual ao longo dos últimos 3 ciclos (4). Vale destacar que o desaparecimento dos sintomas ao final do período menstrual é condição essencial para o diagnóstico da TPM. Se persistirem ao longo de todo ciclo, podem sinalizar outros distúrbios.
Assim, se você conhece alguém que passa o mês inteiro com TPM, é provável que exista outro problema que precisa ser investigado. Por isso é importante manter um diário com os sintomas por pelo menos 2 meses para associá-los ao período do ciclo menstrual que estes surgem e desta forma confirmar que trata-se realmente da TPM.
Mas, o que causa a TPM? As causas exatas destas alterações não são claramente definidas, entretanto vários fatores tem sido propostos. Acredita-se que os sintomas sejam o resultado da interação entre os hormônios sexuais e alguns neurotransmissores (substâncias responsáveis pela comunicação no sistema nervoso) como serotonina, noradrenalina e o ácido gama-aminobutírico (GABA) (3), dos quais a serotonina parece ser o principal deles influenciando muitos dos sintomas da TPM (5). Além disso, estes hormônios interferem em sistemas que controlam os níveis de sais e líquidos.
Existem alguns fatores de risco para a TPM. Dentre estes, o histórico familiar mostra-se relevante. Cerca de 70% das filhas de mães com TPM também relatam os sintomas. Em contrapartida, apenas 35% das mulheres cujas mães não tiveram TPM são afetadas (6).
Além disso, alguns anticoncepcionais podem exacerbar o sintomas da TPM. Assim como fatores dietéticos, como por exemplo, o consumo excessivo de carboidratos (6).
Mas talvez o que a maioria gostaria de saber é: qual o tratamento? Como se livrar destes sintomas? Infelizmente, ainda não existe nenhuma pílula mágica capaz de resolver a TPM.
Antes de mais nada é preciso ressaltar que o objetivo principal do tratamento para TPM é minimizar os sintomas melhorando a qualidade de vida da paciente. Para pacientes com sintomas leves a moderados, alterações no estilo de vida devem ser adotadas antes de iniciar qualquer tratamento com medicamentos. Estas medidas incluem a prática regular de atividade física, melhora no sono, modificações na dieta (redução do consumo de cafeína, sal e álcool) e técnicas de relaxamento (1,6).
Se as medidas adotadas não apresentarem sucesso, o médico e a paciente devem avaliar os benefícios e os riscos do tratamento com medicamentos. Em geral, o tratamento é direcionado para a principal queixa, ou seja, aquela que mais interfere na rotina da paciente.
Caso as dores sejam o principal incômodo, recomenda-se o uso de analgésicos e anti-inflamatórios ou se o inchaço for o sintoma mais desagradável, podem ser empregados diuréticos. Por fim, se as alterações emocionais forem o principal problema, os medicamentos para ansiedade e alguns antidepressivos podem ser prescritos (6).
Em relação ao uso de agentes hormonais, os anticoncepcionais tem eficácia questionável para a redução dos sintomas da TPM. Estes podem tanto reduzir como aumentar os sintomas físicos mas não alteram os sintomas emocionais. Desta forma, não são considerados tratamento de primeira escolha.
Por fim, os suplementos como cálcio, magnésio, vitamina B6 e vitamina E tem sido prescritos para os quadros mais leves. Entretanto, a eficácia destes ainda não foi completamente estabelecida (1,6).
Mas a TPM não precisa ser o fim do mundo. O uso de medidas integradas, incluindo educação, comunicação, alterações no estilo de vida e medicamentos, quando são realmente necessários, conseguem aliviar os sintomas em 90 % das mulheres (6). Por isso, converse com seu médico e outros profissionais de saúde, esclareça suas dúvidas e não faça uso de medicamentos por conta própria.
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Veja
também: Laxantes: usos e riscos
Autora:
Fernanda Lacerda da Silva Machado (Farmacêutica)
Revisão:
Danielle
Maria de Souza Sério dos Santos
Referências:
1.Woo
J, Armstrong AY, MacKay H. Gynecologic Disorders. In: Papadakis MA,
McPhee SJ, Rabow MW. eds. Current
Medical Diagnosis & Treatment 2015.
New
York, NY: McGraw-Hill; 2014
2.
DynaMed.
Ipswich (MA): EBSCO Information Services. Disponível em
<http://www.ebscohost.com/DynaMed/>.
Acesso em: 09
mar. 2015.
3. Hoffman
BL, Schorge JO, Schaffer JI, Halvorson LM, Bradshaw KD, Cunningham F,
Calver LE. Chapter 13. Psychosocial Issues and Female Sexuality. In:
Hoffman BL, Schorge JO, Schaffer JI, Halvorson LM, Bradshaw KD,
Cunningham F, Calver LE. eds. Williams
Gynecology, 2e.
New
York, NY: McGraw-Hill; 2012.
4. Shushan
A. Chapter 38. Complications of Menstruation & Abnormal Uterine
Bleeding. In: DeCherney AH, Nathan L, Laufer N, Roman AS. eds.
CURRENT
Diagnosis & Treatment: Obstetrics & Gynecology, 11e.
New
York, NY: McGraw-Hill; 2013
5. Krueger LV. Menstrual
Disorders. In: South-Paul JE, Matheny SC, Lewis EL. eds. CURRENT
Diagnosis & Treatment: Family Medicine, 4e.
New
York, NY: McGraw-Hill; 2015
6.
DISEASEDEX™ - General Medicine. Thomson Micromedex, Greenwood
Village, Colorado. Disponível em
<http://www-micromedexsolutions-com.ez29.periodicos.capes.gov.br/>.
Acesso em: 09
mar. 2015 .
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