terça-feira, 31 de julho de 2018

Amamentação e medicação é uma boa combinação?

por Mikaelly Pereira Caet

Nos primeiros meses de vida a mãe atenta-se em amamentar e promover a melhor alimentação necessária para o desenvolvimento do bebê.  Essa prática de afeto e saúde é fundamental não apenas para o sistema imunológico e psicomotor da criança, mas também promove benefícios à mãe como: diminuição do risco de anemia e hemorragia após o parto e ainda de diabetes, doenças cardiovasculares e câncer de mama. 

Porém, da mesma forma que as vitaminas e nutrientes são passados para a criança por meio do leite materno, alguns medicamentos também podem ser transferidos pela mesma via. 

Em contrapartida, os medicamentos isentos de prescrição (MIP) são comumente utilizados pela população em geral, a fim de solucionar rapidamente alguns desconfortos tais como: dores musculares, febre, alergias, constipação, entre outros. No entanto, para as mulheres no período de amamentação o uso destes medicamentos deve ser feito sempre após uma avaliação cuidadosa, pois mesmo que sejam adquiridos sem prescrição, não são isentos de riscos. 

Por outro lado, sem orientação adequada, a amamentação pode ser desnecessariamente suspensa no caso de uso de medicamentos que são reconhecidamente seguros para o bebê.

Segundo o Ministério da Saúde, existem 3 categorias de risco para medicamentos utilizados durante a amamentação:



Dentro dessa segunda categoria existem alguns medicamentos comumente utilizados por lactantes, como os MIPs. Na tabela abaixo encontram-se alguns medicamentos isentos de prescrição classificados como de uso criterioso durante a amamentação: 



É importante destacar que, ainda não há estudos sobre os efeitos para o bebê para muitos medicamentos, em especial para os que foram lançados mais recentemente no mercado. 


Deste modo, a recomendação da Associação Americana de Pediatria (AAP) é o uso de medicamentos quando realmente necessários. 

O que fazer?

Antes de usar qualquer medicamento, é de extrema importância a orientação de um farmacêutico e/ou médico para analisar os riscos/benefícios da medicação;

Manter o profissional de saúde informado sobre a amamentação ao realizar a compra de qualquer medicamento de venda livre;

Nunca interrompa a amamentação sem procurar orientação médica;

Quando indispensável e, se possível, usar por um curto período de tempo;

Atente-se às possíveis reações do bebê.

Ficou com alguma dúvida? Envie sua pergunta através do nosso formulário!


Referências:
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Consulta a produtos registrados. Disponível em:https://consultas.anvisa.gov.br/#/medicamentos/?substancia=7125. Acesso em 04 de Abril de 2018. 
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Instrução Normativa - IN no - 11, de 29 de Setembro de 2016 - Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição. Diário Oficial da União, Brasília, 30 de setembro de 2016. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=99&data=30/09/2016. Acesso em 21 de Março de 2018.
ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PEDIATRIA. Disponível em: https://www.aap.org/en-us/Pages/Default.aspx. Acesso em 04 de Abril de 2018.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Amamentação traz benefícios para a mãe e o bebê. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/saude/2011/10/amamentacao-traz-beneficios-para-a-mae-e-o-bebe. Acesso em 05 de Março de 2018.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DA ATENÇÃO À SAÚDE. DEPARTAMENTO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS E ESTRATÉGICAS. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 
MACIEL, J. M. M.; RAMOS, A. G. B. Uso de Medicamentos durante a lactação: um fator para suspensão do aleitamento materno. Revista de Pesquisa Interdisciplinar, vol. 2, suplementar, p. 504 – 513, 2017.

Revisão: Fernanda Lacerda da Silva Machado, Denise Guimaraes, Samantha Monteiro Martins e Thaísa Amorim Nogueira.

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