segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Diabetes

Este trabalho foi desenvolvido pelos alunos da disciplina "Bases da Terapêutica Racional" do curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-Campus Macaé

O que é Diabetes Mellitus?
Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica causada pela deficiência na produção de insulina pelo pâncreas ou por uma ineficácia em sua ação (1). De acordo com Classificação Internacional de Doenças, ela pode ser dividida em: Diabetes Mellitus insulino-dependente (diabetes tipo 1) e Diabetes Mellitus não insulino-dependente (diabetes tipo 2).

A diabetes tipo 1 caracteriza-se pela deficiência absoluta da secreção de insulina, resultante da destruição das células do pâncreas pelo sistema de defesa do organismo, sendo mais frequente na infância e na adolescência (2). A diabetes tipo 2 resulta da incapacidade do organismo em responder adequadamente à ação da insulina. Este é muito mais comum e responde por cerca de 90% de todos os casos de diabetes no mundo (1).

O que ela pode causar?
A deficiência de insulina resulta em aumento das concentrações de glicose no sangue, que, por sua vez, leva a muitos danos no organismo, em especial, os vasos sanguíneos e nervos (1). Assim, a história natural do DM tipo 1 e tipo 2 é marcada pelo aparecimento de complicações a longo prazo em vasos sanguíneos pequenos (microvasculares) ou grandes (macrovasculares).

As complicações microvasculares são específicas do diabetes, como problemas na retina (retinopatia), nos rins (nefropatia) e em fibras nervosas (neuropatia diabética), sendo o controle dos níveis elevados de glicose a forma mais eficiente de previnir estes problemas.

As complicações macrovasculares, como doenças relacionas à obstrução de vasos sanguíneos, mesmo não sendo específicas do diabetes, são mais graves nestes indivíduos, sendo a principal causa da doenças e mortes associadas ao diabetes. Todas as pessoas com DM devem ser alertadas quanto à presença dos seguintes fatores de risco para doença macrovascular: tabagismo, alterações nos lipídeos (colesterol e triglicerídeos), hipertensão, hiperglicemia e obesidade (3).

Qual o tratamento para a Diabetes?

Tratamento não-medicamentoso
Todas as pessoas com DM, independente dos níveis de glicose, deverão ser orientados sobre a importância da adoção de medidas para mudanças de estilos de vida para a efetividade do tratamento. Hábitos de vida saudáveis são a base do tratamento do diabetes, sobre a qual pode ser acrescido – ou não – o uso de medicamentos.

Os elementos fundamentais do tratamento são manter uma alimentação adequada e atividade física regular, evitar o fumo e o excesso de álcool e estabelecer metas de controle de peso (3). Tanto a atividade física quanto o exercício físico aumentam a captação de glicose pelo tecido muscular por mecanismos independentes daqueles mediados pela insulina, melhorando assim o controle da glicose. Pessoas com DM precisam ser apoiadas para realizar mudanças em seu estilo de vida e instruídas sobre como fazê-lo (3).

A alimentação está relacionada diretamente com alguns fatores que interferem na prevenção e/ou controle do DM tipo 2 e suas complicações. São eles: excesso de peso, alterações nos lipídeos, mau controle da glicose e padrão alimentar com consumo excessivo de gordura saturada e pouca ingestão de frutas e vegetais. Assim, as modificações na alimentação são reconhecidas como um recurso tanto para o controle da glicose como para o controle da pressão sanguínea, manutenção ou perda de peso, resultando na redução dos riscos associados às doenças cardiovasculares (3).

Tratamento medicamentoso
O tratamento do DM tipo 1 exige, além do tratamento não-medicamentoso, a administração de insulina, a qual deve ser prescrita em esquema intensivo, de três a quatro doses/ dia, divididas em insulina basal e das refeições, cujas doses são ajustadas de acordo com as as medidas de glicose, realizadas ao menos três vezes ao dia. Esse esquema reduz a incidência de complicações microvasculares e macrovasculares em comparação com o tratamento convencional de duas doses/dia (4).

O DM tipo 2, que acomete a grande maioria dos indivíduos com diabetes, exige tratamento não-medicamentoso, em geral complementado com antidiabético oral e, eventualmente, uma ou duas doses de insulina, conforme a evolução da doença. Casos que requerem esquemas mais complexos, como aqueles com dose fracionada e com misturas de insulina (duas a quatro injeções ao dia), são em geral acompanhados pela atenção especializada (5).

A tabela mostra os medicamentos utilizados no tratamento da diabetes presentes na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais.

Medicamentos utilizados no tratamento de DM Medicamento

Nome Comercial
Apresentação
Cloridrato de metformina
DIMEFOR®
500mg e 850mg
Glibenclamida
DAONIL®
5mg
Glicazida
DIAMICRON®
30mg e 80mg
Insulina NPH humana
NOVOLIN N
100 UI
Insulina Regular Humana
HUMULIN R
100 UI




Referências:
1) World Health Organization; Disponível em: <http:// www. who.int/ mediacentre/ factsheets /fs138 /en/>; Acesso em 09/06/2914.
2) Instituto da Criança Com Diabetes; Protocolo clínico para dispensação de insumos para pacientes com diabetes mellitus tipo 1 na rede pública de Saúde; Disponível em: <http://www.icdrs.org.br/arquivos/pdf/Protocolo_Insumos_ICD.pdf>; Acesso em 09/06/2914.
3) BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes mellitus; Brasília, 2013.
4) The Diabetes Control And Complications Trial Research Group. The effect of intensive treatment of diabetes on the development and progression of long-term complications in insulin-dependent diabetes mellitus. The New England Journal of Medicine, [S.l.], v. 329, n. 14,p. 977–986, 1993.
5) Duncan, B. B. et al. Medicina Ambulatorial, Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2013.
6) Sociedade Brasileira de Diabetes; Disponível em: <http://www.diabetes.org.br>; Acesso em 09/06/2014.

Autoria: Alunos da disciplina “Bases da Terapêutica Racional” do curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro -Campus Macaé; Prof. Luisa Chaves
Alunos: Marcelle Carvalho, Kamilla Trajano e Jéssica Cok



Revisão:
Fernanda Lacerda da Silva Machado
Juliana Givisiéz Valente

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