por Fernanda L. da S. Machado
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou um alerta sobre o risco de câncer de pele não-melanoma (carcinoma basocelular e carcinoma de células escamosas) com a utilização contínua e prolongada de hidroclorotiazida. O medicamento é usado tanto isoladamente como em combinação a outros agentes no tratamento pressão alta, edema e insuficiência cardíaca congestiva.
O alerta foi emitido com base em trabalhos recentes publicados, nos quais se observou que os pacientes em uso contínuo de hidroclorotiazida apresentavam maior chance de ter câncer de pele não-melanoma. De acordo com um estudo feito na Dinamarca, o uso de uma dose de 12,5 mg por um período de 11 anos resultaria em um risco 1,3 vez maior de carcinoma basocelular e 4 vezes maior de carcinoma de células escamosas. A fotossensibilidade (reação anormal da pele à luz) é uma reação adversa já conhecida da hidroclorotiazida que poderia explicar o aumento no risco de câncer identificado nos estudos.
Portanto, a Anvisa recomenda que os profissionais de saúde orientem os pacientes sobre o risco de câncer de pele não-melanoma, especialmente aqueles que já usam o medicamento há mais tempo. Os pacientes devem ficar atentos ao aparecimento de lesões na pele, procurar evitar a exposição à luz solar e utilizar proteção adequada. Além disso, a a orientação é que o tratamento não seja suspenso sem consultar o médico.
Referências:
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Informações técnicas hidroclorotiazida. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/informacoes-tecnicas13/-/asset_publisher/WvKKx2fhdjM2/content/hidroclorotiazida/33868?p_p_auth=3yJxlaDy&inheritRedirect=false&redirect=http%3A%2F%2Fportal.anvisa.gov.br%2Finformacoes-tecnicas13%3Fp_p_auth%3D3yJxlaDy%26p_p_id%3D101_INSTANCE_WvKKx2fhdjM2%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-3%26p_p_col_pos%3D2%26p_p_col_count%3D4. Acesso em 07 dez 2018.
Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitarios. Hidroclorotiazida: el uso continuo y prolongado en el tiempo podría aumentar el riesgo de cáncer cutáneo no melanocítico. Disponível em: https://www.aemps.gob.es/informa/notasInformativas/medicamentosUsoHumano/seguridad/2018/docs/NI_MUH_FV-13-2018-HCTZ.pdf. Acesso em 07 dez 2018.
Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010: Rename 2010 – 2ª Edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
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