terça-feira, 14 de junho de 2022

Mudança no intervalo da administração da vacina contra a Covid-19 e outras vacinas

 Atualizações do Ministério da Saúde sobre a administração de vacinas


Por: Ana Carolina de Oliveira Vieira


No final do mês de maio de 2022, o Ministério da Saúde publicou uma nota recomendando a dose de reforço (terceira dose da vacina) contra a Covid-19 para adolescentes, entre 12 e 17 anos. Como também, no início de junho deste ano, o Ministério da Saúde publicou outra nota recomendando a segunda dose de reforço (quarta dose da vacina) para pessoas com 50 anos ou mais e trabalhadores da saúde de todas as idades. A recomendação vale para quem já tomou a primeira dose de reforço há mais de quatro meses. Sendo assim, surgiram muitas dúvidas sobre o intervalo entre a administração da vacina contra a Covid-19 e a aplicação de outras vacinas. 


Foi publicada uma nota técnica no Ministério da Saúde, pelo Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, em relação à mudança nas orientações referentes à co-administração das vacinas contra a Covid-19 e as demais vacinas do calendário vacinal. De acordo com essa atualização, todas as vacinas recomendadas no Calendário Nacional de Vacinação podem ser aplicadas no mesmo dia, exceto as vacinas tríplice viral ou tetraviral com a vacina febre amarela em crianças com menos de 2 anos de idade primovacinados, ou seja, que receberão a vacina pela primeira vez. Os estudos que avaliaram a co-administração das vacinas, demonstram uma boa resposta imunológica, sem preocupações de quaisquer riscos, demonstrando-se uma prática segura, sendo esta recomendada para diminuir as perdas de oportunidade de vacinação e garantir maiores coberturas vacinais.

Anteriormente, a orientação era ter um intervalo de 14 dias entre as vacinas contra a Covid-19 e as outras vacinas, e isso se deu, principalmente, por conta da necessidade de um monitoramento maior do perfil de segurança das vacinas contra a Covid-19 com o início do seu uso em larga escala na população, e ainda não tinham estudos específicos em relação à co-administração. Entretanto, após a vacinação de boa parte da população em escala mundial, já foi possível obter-se muitos dados de segurança em relação à co-administração com outras vacinas e foi visto que é uma prática segura. 

O intervalo mínimo que era estabelecido entre as vacinas de Covid-19 e as outras vacinas gera dificuldades para a população, por conta da necessidade de irem mais de uma vez aos postos de saúde tomarem as vacinas e isso acaba gerando uma perda de oportunidade de vacinação e, consequentemente, menos pessoas se vacinando com diferentes vacinas e isso diminui a cobertura vacinal populacional, o que é prejudicial do ponto de vista da saúde pública.  A administração de mais de uma vacina em apenas uma ida ao posto, aumenta as chances dos indivíduos terem as suas vacinas atualizadas, aumentando também a cobertura vacinal, protegendo a população contra doenças imunopreveníveis. Além da eliminação do intervalo diminui também as chances do paciente perder dias de campanha de vacinação, como é frequente em vacinas contra Influenza, por exemplo. Sendo assim, as vacinas contra a Covid-19 podem ser administradas de maneira simultânea com as demais vacinas, sendo essa prática comprovadamente eficaz e segura.



Referências bibliográficas:


MINISTÉRIO DA SAÚDE. Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis - Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações. Nota Técnica nº 1203/2021. Brasil, 2021.

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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à COVID-19. Nota Técnica nº 35/2022. Brasil, 2022.

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GOVERNO FEDERAL. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde amplia segunda dose de reforço para pessoas acima de 50 anos e trabalhadores da saúde. Brasil, 2022.

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