Primeiro medicamento aprovado para o tratamento de casos graves de Covid-19 no SUS
O primeiro medicamento cientificamente comprovado para tratar casos graves de Covid-19 foi aprovado pela CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS), sendo o princípio ativo o Baricitinibe, que leva o nome comercial Olumiant. Este medicamento está sob a patente da empresa farmacêutica norte-americana Eli Lilly. O baricitinibe já foi autorizado para uso no tratamento de pacientes com Covid-19 nos Estados Unidos, no México, no Japão e na União Europeia.
No início do mês de abril de 2022, foi publicado por meio da Portaria nº 34 assinada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) no Diário Oficial da União, a aprovação e integração do medicamento baricitinibe para o tratamento de casos graves da Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). Este fármaco é composto pelo princípio ativo baricitinibe, sendo apresentado na forma de comprimidos revestidos com 2 ou 4 mg, em embalagens contendo 30 comprimidos. Esse medicamento é indicado para o tratamento da COVID-19 em pacientes adultos hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva. Após todos os estudos clínicos, foi comprovado que o uso do baricitinibe em pacientes em estado grave de Covid-19 contribuem para uma redução significativa de mortes para a doença. Em relação à sua posologia, este fármaco é administrado por via oral e a dose recomendada do mesmo para o tratamento da Covid-19, é de 4 mg uma vez ao dia durante 14 dias ou até a alta hospitalar, o que ocorrer primeiro.
O baricitinibe atua sobre o sistema imunológico, diminuindo a ação da interleucina-6 (IL-6), substância ligada à ocorrência de reações inflamatórias geradas por diversas doenças e se apresenta com níveis elevados em casos mais graves da doença. Este medicamento, para o tratamento da Covid-19, pode ser utilizado em associação a outros fármacos, como o rendesivir e a dexametasona, ou pode ser prescrito sozinho, o médico irá avaliar a melhor indicação para o caso clínico de cada paciente.
Ele é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida ao produto ou a qualquer um de seus componentes da fórmula; seu uso não é recomendado para mulheres grávidas, lactantes e mulheres que estão em tratamento de fertilidade, como também, esse medicamento não deve ser utilizado em crianças, pois o mesmo não foi testado na população pediátrica.
Sobre as precauções em relação ao uso desse medicamento, o baricitinibe deve ser usado com cautela em pacientes com algum tipo de infecção ativa, recorrente ou crônica clinicamente importante, como também deve-se ter maior atenção aos pacientes que possuem fatores de risco para tromboembolismo venoso, tais como idosos, obesidade, histórico de tromboembolismo prévias ou pacientes que serão operados e ficarão imobilizados.
Em relação aos efeitos adversos mais comuns, podem ser observadas anormalidades laboratoriais durante o seu uso, como alterações nas taxas de lipídeos, de hemoglobina, de aminotransferases (enzima produzida pelo fígado), baixa contagem de neutrófilos (um tipo de células de defesa) entre outras possíveis modificações; e também podem ocorrer infecções do trato urinário. Os efeitos adversos menos observados, são: náusea, dor abdominal, infecções do trato respiratório superior, Herpes simplex, Herpes zoster e dor de cabeça.
O baricitinibe pode apresentar interações medicamentosas com outros fármacos. A utilização deste medicamento associada a imunossupressores, como azatioprina, tacrolimo ou ciclosporina foi limitada nos estudos clínicos de baricitinibe, não sendo possível excluir o risco de um efeito aditivo de imunossupressão. Sendo assim, é essencial o paciente informar ao médico se está fazendo o uso de algum medicamento, seja momentaneamente ou de forma contínua. O baricitinibe deve ser vendido sob prescrição médica, possuindo tarja vermelha.
É de extrema importância ressaltar que a incorporação de mais um novo medicamento para tratar a Covid-19 não exclui a enorme importância de tomar a vacina contra o Coronavírus, pois, a vacinação é uma medida de prevenção contra o vírus e o medicamento baricitinibe é um tratamento para quem já está contaminado e apresentando um quadro grave da doença. Dessa forma, o baricitinibe não substitui a vacina, sendo a vacinação a melhor alternativa para prevenir a contaminação com o vírus, as hospitalizações e as mortes pela Covid-19.
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